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Instituições aproximam startups e poder público

Programas como BrazilLabs e Smart Cities Brasil fazem uma ponte entre as prefeituras que buscam soluções e os empreendedores com bons projetos
Em 17 de June de 2017

São Paulo - Fechar contrato com um órgão de governo é um desafio para startups. Ao mesmo tempo, a administração pública muitas vezes tem dificuldade para encontrar empresas com soluções inovadoras. Para aproximar essas duas pontas estão surgindo instituições especializadas.

Programas como o BrazilLab, da instituição homônima, e o Smart Cities Brasil, mantido em conjunto pelo Instituto Cidades Inteligentes (ICI), Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) e iCities, fazem essa ponte.

No caso do BrazilLab, ONG de São José dos Campos (SP) focada em inovação, as startups se candidatam a um programa de aceleração gratuito de quatro meses. A instituição proporciona cursos, mentorias e assessoria jurídica. Ao fim do processo, o BrazilLab promove um Demo Day, quando as startups mostram suas soluções para prefeitos e investidores.

Em 2016, no primeiro ciclo, 11 empresas foram selecionadas e participaram da apresentação. As três melhores foram eleitas para uma aproximação com o setor público.

Para a diretora do BrazilLab, Letícia Piccolotto, levar inovação para as prefeituras é essencial. "Alguns problemas são muito complexos, e a gestão pública nunca consegue saná-los", diz.

Mostrar aos municípios que há soluções mais baratas e rápidas, diz ela, é levar ao setor público a possibilidade de mais economia e governança.

A ONG, porém, esbarra em algumas dificuldades nesse caminho. "A aceitação não é tão fácil assim porque muitos gestores têm um pensamento mais antigo, da segurança e burocracia", afirma Letícia.

Esse pensamento não atingiu a So+ma, vencedora do BrazilLab em 2016 e que ganhou um prêmio de US$ 5 mil, pago pelos patrocinadores da ONG. A empreendedora Cláudia Pires está em conversas avançadas com as prefeituras de Salvador (BA) e Botucatu (SP) sobre seu projeto de sustentabilidade.

A empreendedora chamou a atenção pela atuação de sua startup nos bairros do Capão Redondo e do Grajaú, em São Paulo. A So+ma criou um programa de fidelidade em que os moradores locais podem trocar lixo reciclável por pontos. No momento do resgate, o cliente pode trocar sua pontuação por alimentos.

Para ela, que trabalhou 20 anos no mundo corporativo, executar algo em conjunto com prefeituras parecia algo distante. "O programa realmente prepara as startups para lidar com o poder público, desde o momento zero até as conversas com gestores", relata. [...]

 

Por: Matheus Riga | Confira a matéria na integra 

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