Em resumo

Em 2010, o governo chileno estava preocupado que sua economia estava muito dependente da exportação de commodities, particularmente o cobre. Para diversificar sua economia e criar um clima de empreendedorismo, o governo iniciou a Start-up Chile, um programa acelerador e de inovação que encoraja empreendedores de todo o mundo a começar novas empresas no Chile.

O Desafio

Até 2010, a posição econômica do Chile havia melhorado dramaticamente desde a queda da ditadura militar do General Pinochet, 20 anos antes. Entretanto, o país dependia muito de suas exportações de produtos primários, como cobre, cuja exportação respondia por um quarto do PIB do Chile.

Dada a volatilidade dos preços de commodities, e o princípio geral de que deveria distribuir o risco de seu portfólio de exportação, o governo chileno buscou setores diferentes do de mineração para contribuir com o crescimento econômico.

"O Chile possui regulamentações favoráveis a negócios, políticas de imigração eficientes e uma economia relativamente estável. Entretanto, o Chile não possuía um espírito empreendedor substancial entre seus jovens, e Santiago não era uma cidade muito internacional." [1] Foi a meta do governo retificar essas duas deficiências.

A Iniciativa

O governo viu uma oportunidade no crescente setor de tecnologia e desenvolveu uma estratégia para transformar o Chile em um centro de inovação na América Latina. Criou uma nova agência governamental, InnovaChile, e o programa Start-Up Chile, que lançou em 2010 como uma aceleradora para fomentar uma cultura de empreendedorismo no país. Seus objetivos foram:

  • Encorajar a mentalidade empreendedora no Chile.
  • Posicionar o Chile como o centro de inovação e empreendedorismo da América Latina.
  • Atrair jovens talentos empreendedores de todo o mundo para o Chile para desenvolver startups nativas e de grande crescimento.
  • Estimular o crescimento econômico do Chile em longo prazo.

"Dentro do esquema piloto, foram oferecidos US$40.000 em capital semente, um visto de trabalho e espaço de escritório para que os candidatos bem-sucedidos lancem suas empresas. A única exigência: passar seis meses trabalhando no Chile para estabelecer suas empresas ... e envolver-se em esforços de divulgação de inovação e empreendedorismo com estudantes e negócios locais." [2]

O Impacto Público

Nos últimos cinco anos, de 2010 a 2015, mais de 1.200 startups e 3.000 empreendedores de todo o mundo fizeram parte do Start-Up Chile, levantando mais de US$135 milhões e criando mais de 1.400 empregos. Cerca de metade dos empreendedores operavam no setor de TIC.

"Uma pesquisa em 2013 sobre beneficiários do Start-Up Chile durante o período de 2010 a 2012 mostrou que cerca de 83% dos empreendedores chilenos começaram suas atividades no Chile." [3] O Start-Up Chile agora possui um grande portfólio, recebendo entre 200 e 250 empresas ao ano. Como resultado, o projeto cresceu para se tornar uma das maiores e mais diversas comunidades de startups, com mais de 3.000 empreendedores.

Ele gerou mais de 1.500 empregos e levantou mais de seis vezes o capital inicial investido pelo governo chileno.

O que funcionou
e o que não funcionou

Todos os casos no Observatório de Impacto Público do CPI foram avaliados quanto a desempenho com relação aos elementos dos Fundamentos de Impacto Público do CPI.

Legitimidade

Engajamento dos Stakeholders Ótimo

O principal stakeholder interno no Start-Up Chile foi o governo chileno, com seu envolvimento aparecendo por meio das agências do Ministério da Economia, tais como a Agência de Desenvolvimento Econômico Chilena (Corporacion de Fomento de la Producción de Chile - CORFO) e seu braço de inovação, o InnovaChile. O governo chileno continua a investir no Start-up Chile, tanto fornecendo capital de startup, quanto patrocinando vistos de trabalho de um ano.

A principal parte interessada externa foi a empresa com base em São Francisco YouNoodle (anteriormente Yoodle), que possui um escritório em Santiago, a capital do Chile. Ela julgou as candidaturas iniciais para financiamento e agora está envolvida na avaliação de candidaturas para os braços S Factory e Semente do Start-Up Chile. (Ela também é responsável por prestar consultoria em programas similares, tais como Start-Up Dinamarca e Start-Up Peru.)

Os outros stakeholders principais são os empresários locais que agem como mentores para os empreendedores, e os próprios empreendedores, junto com os negócios que conduzem.

Compromisso Político Ótimo

O governo chileno tem estado comprometido em desenvolver o programa, desde que foi sugerido pela primeira vez por Raul Rivera, o presidente do Foro Pro Innovacion. "Start-up Chile é totalmente financiado pelo Governo Chileno por meio do Ministério de Economia, Ministério de Relações Exteriores, e Ministério de Assuntos Internos." [4] O projeto está agora em seu sexto ano e 16ª geração de aplicativos, e não mostra sinais de perder o ritmo

Quando questionado sobre o motivo de os empreendedores não serem obrigados a permanecer no Chile após concluir o programa de seis meses, o presidente chileno de 2010 a 2014, Sebastian Pinera "responderia que ter todos esses empreendedores no mesmo lugar ao mesmo tempo cria conexões que eventualmente se provarão muito mais valiosas que qualquer investimento estrangeiro direto". [5]

Confiança Pública Razoável

Não há pesquisas disponíveis sobre os stakeholders do Start-Up Chile e este programa em particular, mas a opinião pública sobre o governo durante aquele período foi razoável. O público confiava no governo e o Presidente Pinera venceu a eleição de 2009-10 com uma maioria significativa: 44% dos votos, 14% à frente de seu rival mais próximo.

Entretanto, houve alegações de corrupção contra o CORFO, o Ministério de Trabalhos Públicos, Childeportes - a organização de esportes do governo - e múltiplas acusações de fraude financeira de campanha.

Política

Objetivos Claros Bom

Os objetivos iniciais foram encorajar o empreendedorismo no Chile atraindo jovens talentos empreendedores de todo o mundo para desenvolver startups nacionais de alto crescimento e estimular o crescimento econômico do país (vide A iniciativa acima).

Seu foco foi ampliado em 2014, sendo "reconstruído para aumentar seu impacto econômico na economia nacional e fortalecer a cultura de empreendedorismo do país e seu ecossistema de inovação". Isto mostra que seus objetivos foram consistentes com o passar do tempo com seu foco ampliado sendo uma indicação de sucesso e expansão.

Evidências Ótimo

Evidências do programa piloto de 2009 do CORFO, o Programa de Promoção de Investimento em Alta Tecnologia e o Foro Pro Innovación foram utilizados para fornecer evidências para gestores de políticas públicas. O Foro Pro Innovación une instituições e pessoas para promover inovação no Chile e estruturou as diretrizes para o Start-Up Chile. Competições para selecionar candidatos adequados foram realizadas três vezes naquele ano, atraindo mais de 5.000 inscrições, das quais 240 projetos foram selecionados para o ano.

Viabilidade Ótimo

As finanças do Start-Up Chile estão atualmente seguras, seu financiamento sendo fornecido pelo governo. Outros recursos, como espaço de escritório e vistos de trabalho foram fornecidos aos participantes pelo CORFO de forma que os problemas legais e de organização foram resolvidos. O programa piloto de 2009 já havia estabelecido a viabilidade técnica e houve um elemento de mentoria.

Os jovens empreendedores têm acesso a mentoria de suas contrapartes mais experientes. "Participantes do Start-Up Chile se unem de forma efetiva a uma rede global de empreendedores progressistas e se beneficiam de um acesso rápido e fácil a recursos valiosos, incluindo mentores e investidores, criando oportunidades significativas para talentos empreendedores e inovadores crescerem." [6]

Ação

Gestão Ótimo

A avaliação de aplicativos recebidos pelo Start-Up Chile foi realizada pelo YouNoodle, julgando os candidatos de acordo com três critérios:

  • A qualidade da equipe de fundação.
  • Os méritos do projeto.
  • O impacto esperado para o ambiente empreendedor.

O programa possui uma estrutura tripartida, sendo organizado em:

  • A S Factory, um programa pré-aceleração para startups lideradas por mulheres no estágio de conceito inicial.
  • Semente, um programa de aceleradora para empresas com um produto funcional e validação inicial.
  • Escala, para empresas de desempenho de topo incorporadas no Chile e buscando escalonamento para a América Latina e mundial.

O empreendedor e acadêmico em negócios, Vivek Wadhwa, foi um consultor principal, identificando a imigração como meio de promover inovação e empreendedorismo no país. Ele sugeriu que uma abordagem de baixo para cima seria mais eficaz do que a abordagem de cima para baixo, que caracterizou o programa piloto.

Medição Bom

Houve um número de parâmetros que foram utilizados para medir o impacto do programa:

  • O número de startups e empreendedores do mundo todo que fizeram parte do Start-Up Chile.
  • A quantidade de capital inicial e o número de empregos criados (estimados em mais de 1.500).
  • A proporção de empreendedores chilenos que começaram suas atividades no Chile.
  • O tamanho do portfólio do Start-Up Chile.

Há também uma avaliação qualitativa da cultura de empreendedorismo, por exemplo o efeito do programa nas habilidades empreendedoras dos participantes chilenos, que foi medido em 'Boulevard of Broken Bhaviors: Socio-Psychological Mechanisms of Entrepreneurship Policies’.

Alinhamento Ótimo

De acordo com Horacio Melo, o atual diretor executivo do Start-Up Chile, Wadhwa e Nicolas Shea foram os indivíduos cujas ideias ajudaram a iniciar o programa. Wadhwa foi convidado ao Chile para discutir as ideias com Mario Castillo, anteriormente do CORFO, e Raul Rivera, o Presidente do Foro Pro Innovación. Os atores governamentais, incluindo o presidente e as agências dentro do Ministério da Economia (CORFO e InnovaChile), cooperaram na promoção do programa. YouNoodle selecionou os candidatos com base no fato de que eles contribuiriam para o clima empreendedor do Chile e para seu crescimento econômico.

Ademais, o fato de que o número total de aplicativos foi de 650 no primeiro ano, quando foi lançado, mostra o alto nível de interesse dentre os participantes do mundo todo no Start-up Chile.

TECNOLOGIAS MÓVEIS PARA SAÚDE NA ZÂMBIA

Panorama de resultados

Ótimo
Bom
Razoável
Fraco

Este estudo de caso foi originalmente publicado em inglês no "The Public Impact Observatory" do Centre for Public Impact (CPI).Outras publicações podem ser acessadas em: Centre for Public Impact.

Bibliografia

Start-Up Chile: A Critical Analysis, David Feige.

Start-Up Chile, Maximiliano Santa Cruz S., Eduardo Bitran C., and Inti Nunez U,, Setembro de 2014, World Intellectual Property Organization (WIPO - Organização de Propriedade Intelectual Mundial).

Application Is Currently open for the 16th Generation of Start-Up in Chile, Janeiro de 2016, jaysciencetech.

START-UP CHILE: EFFECTIVE SUPPORT TO THE ENTREPRENEUR OR ACTUAL STRUGGLE? Innovation is Everywhere.

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